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Dificuldades de Aprendizagem

Atualizado: 2 de mai.


A dificuldade pode ocorrer quando não se obtém o desempenho esperado em determinada área de aprendizagem durante a vida escolar da criança e/ou adolescente.


Quando o aluno não consegue realizar as atividades solicitadas, nem acompanhar os colegas de sala, pode ser que ele esteja diante de uma dificuldade de aprendizagem. A dificuldade pode ser passageira, nesse caso, às vezes aulas de reforço, mudanças na rotina de estudos, novas estratégias de ensino, já são suficientes pra que o aluno (a) volte a ter um bom desempenho na sua aprendizagem. A dificuldade passageira está sempre ligada a fatores externos. Fatores externos como: emocionais, sociais, familiares, entre outros. Situações de conflitos familiar, perda de ente querido, separação dos pais, doenças, violência doméstica. Refletindo no processo de ensino-aprendizagem do sujeito.

No entanto, em uma pequena parcela dos casos pode-se tratar de uma Dificuldade de Aprendizagem Específicas (DAEs), necessitando de uma melhor investigação. Normalmente os professores são os primeiros a perceberem alguns indicativos em sala de aula de que o aluno pode ter DAEs e acabam sugerindo aos pais que procurem um profissional para avaliação.

As Dificuldades de Aprendizagem Específicas (DAEs), são os chamados transtornos de aprendizagem, um transtorno do neurodesenvolvimento, que se manifesta nos anos iniciais escolares. Vale ressaltar que o transtorno específico de aprendizagem pode ocorrer em pessoas identificadas como apresentando altas habilidades intelectuais e manifesta-se apenas quando as demandas de aprendizagem ou procedimentos de avaliação (testes cronometrados) geram impedimento que não podem ser vencidos pela inteligência inata ou estratégia compensatória.


As DAEs mais comuns são:

Dislexia:

Afeta a identificação no reconhecimento das palavras, decodificação e ortografia. Não melhora com o tempo, independente do auxílio pedagógico e/ou tratamento. É de origem neurobiológica e hereditária. O sujeito terá que aprender a conviver com o transtorno, minimizando os seus efeitos no impacto da vida cotidiana escolar e social e até profissional. Sim, a dislexia também atinge adultos, que na maioria das vezes não tiveram o diagnóstico nos anos iniciais escolares na infância, tomando conhecimento do transtorno apenas na fase adulta. Por ser um transtorno do desenvolvimento da linguagem afeta a leitura e a escrita, refletindo no desempenho da aprendizagem da disciplina da língua portuguesa, que é utilizada durante o período de alfabetização da criança.


Disgrafia:

Dificuldades voltadas para construção da ortografia e caligrafia. Popularmente conhecida como a “letra feia”.

Ela afeta a capacidade em transformar o pensamento em palavras representadas na escrita. O distúrbio não está ligado a inteligência, a capacidade de leitura é normal, entretanto, a ortografia pode ser afetada. Podendo ser três tipos: a) disgrafia espacial: processamento visual e compreensão do espaço deficiente; b) disgrafia motora: controle do motor fino dos músculos da mão deficiente; c) disgrafia de processamento: dificuldade de visualizar a aparência das letras em uma palavra. (HUDSON, 2019)

A criança com disgrafia apresenta uma escrita considerada fora do padrão e norma de códigos escritos, com caligrafia ilegível e desorganizada. No entanto, durante o processo de alfabetização é natural que a criança apresente letras pouco elaboradas, com traçados inseguros e destoante do esperado, afinal ela está sendo alfabetizada. A medida que completa o processo de alfabetização, após tentativas sucessivas de melhorar a escrita por meio de treino e da prática do uso de caligrafia, passados anos escolares e o problema persistir, talvez possa-se considerar a hipótese de disgrafia. O indivíduo pode sentir-se desapontado e frustrado, pois as atividades escolares escritas acabam exigindo muito esforço e quase sempre parecem ruins. Um trabalho escrito por exemplo, pode levar mais tempo pra ser realizado, sendo mais difícil em terminar dentro do prazo estipulado pelo professor. O sujeito é capaz de tentar evitar por completo tarefas escritas ou escrever o mínimo possível.


Discalculia:

Dificuldades relacionadas as habilidades matemáticas. Alteração na escrita dos números de forma espelhada, trocas no uso dos sinais das operações matemáticas, dificuldade em entender situações problemas e em executar operações que envolvam reservas de números como, subtrações e problemas matemáticos. De acordo com (ALMEIDA, 2020), “o transtorno não está relacionado a falta total de habilidade matemática, mas na maneira que o indivíduo associa esse conhecimento com o mundo em que está inserido”.


Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH): baixa capacidade de concentração, comportamento agitado e impulsivo. Dificuldade de manter atenção, de manter o foco durante as aulas, frequentemente é facilmente distraído por estímulos externos, frequentemente evita ou não gosta de se envolver em atividades que envolvam esforço mental prolongado, dificuldade pra organizar tarefas e atividades, perde coisas ou frequentemente esquece prazos para atividades cotidianas. Hiperatividade: Remexe, batuca ou movimenta pés e mãos enquanto sentado. Corre ou sobe nas coisas em situações que isso é inapropriado. Dificuldade em permanecer sentado, de esperar a sua vez, interrompe ou se intromete.


Transtorno do Espectro Autista (TEA): Déficit persistente na comunicação e na interação social, constrangimento na interação social, ausência de interesse por pares (dificuldade em fazer amigos), padrões restritos e repetitivos de comportamento, hiper ou hiporreatividade a estímulos sensoriais. É um transtorno global do desenvolvimento, geralmente tem maior ocorrência em meninos. Os sintomas costumam ser observados durante o segundo ano de vida (12 a 24 meses) ou até antes dos 12 meses de idade. Os sintomas devem estar presentes precocemente no período do desenvolvimento, mas podem não se tornar plenamente manifesto até que as demandas sociais excedam as capacidades limitadas, ou podem ser mascarados por estratégias aprendidas mais tarde na vida.


É importante estar atento aos sinais, observando principalmente crianças na fase do desenvolvimento no período escolar. Observar e se for o caso procurar ajuda de um profissional especialista pra uma avalição.




 

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Lana Ito

Psicóloga CRP 06/184345 | Psicopedagoga

Insta: @lanaito


 

REFERÊNCIAS

ALMEIDA, M. Dislexia, Discalculia: Intervenções Psicopedagógicas: Coleção Inclusiva – Vol. 2. 2020.

HUDSON, D. Dificuldades Específicas de Aprendizagem – ideias práticas para trabalhar com: dislexia, discalculia, disgrafia, dispraxia, tdah, tea, síndrome de Asperger, toc. Vozes, 2019.

Manual Diagnóstico e Estatístico de Tratamento Mentais DSM-5. 5. Ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.


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