A autoestima é a autopercepção, visão, imagem, autoconceito que construímos em relação a nós mesmos. A construção da autoestima começa na infância e perdura na vida adulta. É ela quem dá o sentimento de valor em relação a nós mesmos e as nossas habilidades e características pessoais. Ela vai dando lugar em nossa estrutura cognitiva, a um conjunto de conhecimento a nosso respeito, o que entendemos como somos, do que gostamos, do ponto de vista físico, social, emocional, psicológico.
A autoestima se constitui no amadurecimento emocional, no processo de individuação do EU, na constituição do self. O processo de individuação ocorre ao longo de vivências, experiências. Na teoria winnicottiana essa integração do EU pode ocorrer ou não, isso vai depender do ambiente. O ambiente, a relação com o outro influenciam na autoestima, ela é afetada o tempo todo, uma vez que somos seres sociais e estamos em interação constantemente. É a autoestima, como a valorização de si, que emite sinais ao outro de como devem nos tratar, com valor, respeito ou abuso e desrespeito. É o quanto me valorizo que irá determinar essa relação.
Quanto mais me conheço de verdade, mais me gosto.
Muito tem se falado em autoestima, há um tempo o tema vem sendo inserido nos manuais de autoajuda, na divulgação de profissionais que atuam nos mais diversos campos, com ofertas de autoestima sugeridas em roteiro guiados por vários passos. Mas o fato é que a autoestima é sim importante e merece atenção.
Os afetos interferem na construção da autoestima. De acordo com a teoria psicanalítica freudiana o sentimento de autoestima está ligado ao narciso, a atuação do supereu e formação do ideal do eu. Sendo que o desinvestimento na libido do EU, o narciso primário, nos deprime.
O ideal de Eu tem relação de dependência com a libido narcísica, significa que, as escolhas amorosas feitas durante a vida adulta são vistas como um esforço do psiquismo em reaver o amor narcísico por si mesmo, assim o ser amado é tido como um objetivo nessa escolha e como consequência disso se tem uma elevação da autoestima, ao passo que o não ser amado a rebaixa. Quem ama “perde” uma parte de seu narcisismo e só a obtém de volta quando é amado, ser amado acaba por levar o neurótico a amar a si mesmo, ou seja, existe uma dependência do investimento do outro em nossa autoestima, o amor do outro é a medida do amor de si. (NUNES, 2020, p.15)
No entanto, não tenha receio em valorizar-se, em demonstrar confiança em seus atos e julgamentos, em se dedicar a fortalecer o seu amor próprio que é a autoestima. Autoestima em nada tem a ver com "narcisismo", que é a admiração excessiva por si mesmo. O amor próprio não é narcisismo. O narcisismo é patológico, um transtorno de personalidade caracterizado por egoísmo severo, falta de empatia, senso de superioridade, necessidade de ser admirado e crença de que o indivíduo é melhor, mais inteligente, mais merecedor do que todos os outros.
Ter uma visão positiva sobre si mesmo, valores e crenças, imagem corporal, são indicativos de uma boa autoestima. A pessoa que tem boa autoestima tem melhores recursos internos e condições de seguir em frente depois de uma experiência de fracasso. A baixa autoestima pode levar a desenvolver sintomas como: ansiedade, quadros depressivos, ansiedade social, entre outros. Além de sentimento de insegurança que pode afetar as relações interpessoais: família, amigos, estudos e trabalho.
Empecilhos na construção da autoestima:
- Ouvir frequentemente palavras que magoam e afetam.
- Críticas constantes, comentários de desvalorização as habilidades, atitudes, comportamentos.
- Agressões físicas ou psicológicas.
- Fracasso escolar.
- Superproteção.
Sinais de que a sua autoestima merece atenção:
Imagina não ser bom o suficiente para fazer certas coisas.
Tem dificuldades em reconhecer suas conquistas e aceitar elogios.
Costuma ter dificuldades em confiar nas pessoas ou em dizer não.
Com frequência se compara com os outros.
Costuma se autosabotar.
Frequentemente deixa as pessoas decidirem por você.
Percebe-se envolvido(a), repetindo os mesmos padrões (não saudáveis) de relacionamentos.
Tem receio de não gostarem de você ou de ser rejeitado.
Sente-se insatisfeito consigo mesmo.
Se você desconfia que a sua autoestima está merecendo atenção, a psicoterapia trabalha fortalecendo o ego, ajudando diretamente a autoestima. O autoconhecimento também é um ingrediente a autoestima. Saber quem é, aquilo que gosta ou não, reconhecer o próprio valor e qualidades, quanto mais me conheço de verdade, mais me gosto.
Agora aproveitando pra testar o quanto você se conhece, liste pra você cinco qualidades, valor que mais admira e gosta em você. Vamos lá!
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Lana Ito
Psicóloga CRP 06/184345 | Psicopedagoga
E-mail: lanaitopsi@gmail.com
Insta: @lanaito
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